quarta-feira, 6 de novembro de 2013

ARQUEÓLOGOS SUBAQUÁTICOS ENCONTRAM PONTA DE PROJÉTIL DE MADEIRA DATADA EM 45 MIL ANOS ATRÁS

Em setembro de 2008, arqueólogos subaquáticos descobriram um objeto de madeira pontiagudo no Rio Ljubljanica, na Eslovênia.


Local onde foi encontrada a ponta. Imagem: Gaspar, Erič e Odar (2011)

Trata-se de uma ponta de projétil confeccionada sobre osso datada do Paleolítico. Duas amostras de madeira foram datadas pelo método AMS. A primeira amostra deu uma idade de mais de 43.970 anos, enquanto a segunda  medição deu 38.490 ± 330 BP.



Fotografia das duas faces da ponta de projétil. Imagem: Gaspar, Erič e Odar (2011)
As pontas de madeira eram utilizada e produzidas durante o período em que os neandertais foram gradualmente se extinguindo e os primeiros humanos anatomicamente modernos estavam começando sua jornada a partir do Oriente Médio para a Europa. O sítio arqueológico Ljubljanica junta-se assim ao quatro outros sítios europeus que onde foram encontrados vestígios instrumentos produzidos em  madeira datadas do Paleolítico: Clacton-on-Sea, Lehringen, Schöningen e Mannheim.
A ponta de projetil desenhada a partir de diversas faces. Imagem: Gaspar, Erič e Odar (2011)

Você pode ler ou fazer o download do artigo, que foi publicado em 2011 no livro “An offprint from Submerged Prehistory”. Um dos autorescompartilhou o texto e pode ser baixado diretamente da sua página no Academia.edu. Clique aqui para acessar o artigo!
Erič ainda compartilhou esta manhã uma imagem do modelo 3D feito da ponta:



quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Arqueólogos descobrem grandes áreas urbanas na Amazônia pré-histórica


Grupo encontrou 'cidades' de 700 anos cercadas com muralhas e fossos.
Comunidades lembravam assentamentos medievais ou da Grécia Antiga.


Tire da sua cabeça a velha idéia de que a Amazônia antes de Cabral era um grande vazio, um monte de "mato" com duas ou três tribos indígenas vagando ao léu. Essa visão está indo por terra há tempos, e acaba de levar uma nova pancada num artigo científico publicado nesta sexta (29). Pesquisadores americanos e brasileiros estudaram a região do Alto Xingu, em Mato Grosso, e acharam indícios de uma rede de assentamentos urbanos defendidos por muralhas e fossos, unidos por largas estradas e organizados em torno de centros rituais que lembram os que ainda são usados pelos índios da área. Trechos do Xingu que hoje parecem mata virgem ainda guardam, na verdade, as cicatrizes de "cidades" perdidas de 700 anos, afirmam os cientistas em pesquisa na revista americana "Science" .

As aspas em torno da palavra "cidades" são necessárias porque, ao que parece, os ancestrais dos índios cuicuros e outros povos do Alto Xingu não usavam o espaço da maneira urbana tradicional, empacotando grande quantidade de casas num só lugar. Em vez de um conjunto de arranha-céus, seus assentamentos estão mais para um condomínio fechado com vasta área verde. Eles combinavam uma sucessão de vilas, unidas por estradas (as maiores com até 50 m de largura), com trechos entremeados de lavouras de mandioca, florestas manejadas e mata virgem.

"O problema é que, se você acha esse tipo de coisa na Europa, é uma cidade. Se você acha isso em outro lugar, tem de ser outra coisa", explicou em comunicado oficial o arqueólogo americano Michael Heckenberger, coordenador da pesquisa, que trabalha na Universidade da Flórida em Gainesville. "Elas têm planejamento e organização incríveis, mais do que muitos exemplos clássicos do que as pessoas chamam de urbanismo", diz Heckenberger. O arqueólogo trabalhou, no Xingu, junto com especialistas como os antropólogos Carlos Fausto e Bruna Franchetto, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e com Afukaka Kuikuro, da tribo dos cuicuros, que também assina o estudo.

Polêmica de terminologia à parte, o certo é que, para os pesquisadores, as comunidades urbanas do Mato Grosso pré-Cabral tinham mais ou menos o tamanho de uma cidade média da Grécia Antiga (Esparta, por exemplo, que era relativamente modesta) ou da Idade Média (Coimbra na época em que o reino de Portugal foi fundado, digamos). Tais como essas comunidades antigas, as "cidades" do Xingu se organizavam em torno de uma praça central, com cerca de 150 m de comprimento, que servia para reuniões e atividades religiosas rituais.


 Segundo Heckenberger, os assentamentos estavam organizados de forma hierárquica, com "cidades" centrais maiores e vilas subordinadas, dispostas a poucos quilômetros de distância umas das outras, de maneira que uma caminhada de 15 minutos era suficiente para ir de um local a outro. As estradas que cortavam os conglomerados de assentamentos se organizavam de acordo com princípios astronômicos simples, orientando-se de nordeste para sudoeste.

Na região estudada pelos cientistas com a ajuda de aparelhos de GPS e guias indígenas, os assentamentos parecem ter se organizado em duas "ligas" de "cidades" e vilas, cada uma com território de uns 250 quilômetros quadrados e população combinada de 50 mil pessoas. Além das muralhas (feitas com paliçadas), fossos e estradas, elas eram servidas por infraestrutura de pontes, diques para captura e manejo intensivo de peixes e canais usados para o transporte via canoa lado a lado com as estradas.


Culpa de Cabral?


Toda essa complexidade urbana e social traz à baila a questão inevitável: o que aconteceu? Como a região deu lugar às aldeias e tribos relativamente modestas de hoje? O que os arqueólogos sabem é que o apogeu das "cidades" do Xingu foi de 700 a 500 anos atrás. Coincidência ou não, o período se encerra com a chegada dos europeus à América do Sul.

Acredita-se que o declínio das populações indígenas no continente esteja fortemente associado às doenças européias, contra as quais seu organismo não tinha imunidade, e as epidemias de varíola, peste bubônica e outras moléstias apareciam mesmo entre povos que não tinham tido contato direto com os colonizadores -- bastava se encontrar com outros nativos já infectados. Por isso, é bem possível que esses males estejam por trás do fim do urbanismo amazônico.



Fonte: G1.com


quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Rondônia ganha centro de arqueologia; acervo é de mais de 500 mil peças descobertas em 700 sítios arqueológicos




As mais de 500 mil peças arqueológicas descobertas em Rondônia vão ganhar local fixo. O Complexo Arqueológico será construído no campus da Universidade Federal de Rondônia (Unir), em Porto Velho, e terá 2 mil metros quadrados. A afirmação é do arqueólogo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Danilo Curado.
Atualmente, as peças estão em dois laboratórios que fazem as coletas na construção das Usinas Hidrelétricas (UHEs) de Santo Antônio e Jirau. Segundo o arqueólogo, o complexo arqueológico será construído com verba das usinas em construção no Madeira. O complexo terá laboratórios e museu.
Conforme o chefe do departamento de arqueologia da Unir, Carlos Zimpel, o centro será o maior da Amazônia Legal. “O primeiro pertence à USP [Universidade de São Paulo], o nosso será o segundo maior do Brasil”, afirmou.
As coletas dos materias começaram em 2008, logo após a instalação das obras. Com a descoberta de 103 sítios arqueológicos na região das usinas, Rondônia soma mais de 700 sítios. Curado também explica que durante a construção da linha de transmissão de energia, que passa por Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo, 60% dos sítios encontrados estão em solos rondonienses. “O que me impressiona é a quantidade de descobertas em tão pouco tempo”, comentou Curado.
Pesquisas
Zimpel explica que várias são as linhas de pesquisa do departamento com materiais arqueológicos. Entre as pesquisas está a de Cleiciane Noleto, que há dois anos analisa fragmentos rochosos para identificar como o material era usado pela comunidade que vivia às margens do rio Madeira. “Entre as amostras, existem rochas de 1,5 mil anos”, comentou a acadêmica de arqueologia.
Além das coletas que são realizadas pelas UHEs, Zimpel explica que há um projeto de identificação da comunidade que vivia no Vale do Guaporé (a 700 quilômetros de Porto Velho). “O local é fronteira entre Brasil e Bolívia e queremos identificar a população nativa daquela região”, comentou.

Fonte: Rondônia Noticias
http://www.rondonoticias.com.br/ler.php?id=123398

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Expedição na Selva Encontra 140 Peças Arqueológicas na Amazônia Peruana

Um total de 140 peças arqueológicas, incluindo machados de pedra e ferramentas usadas na indústria têxtil, foram encontradas na Amazônia peruana nos últimos dias. Segundo a agência oficial de notícias do Peru, a Andina, as peças estavam na região do Alto Amazonas, ao norte do país.

Os vestígios seriam de cerca de 1.200 anos atrás e indicam que os antigos habitantes da floresta no local realizavam atividades produtivas, de acordo com o Instituto de Investigação da Amazônia Peruana (IIAP). O órgão resgatou os artefatos e entregou para autoridades da área de cultura no país.
Segundo explicação do arqueólogo Santiago Rivas à agência Andina, as peças ficaram expostas após ocorrer um deslizamento de terra, causado pelas chuvas na região. Um morador da área informou pesquisadores que estavam em viagem sobre as peças, que puderam ser então estudadas.
Além dos machados de pedra, vasos, pratos, a escultura de um humano e outros fragmentos estavam entre as peças descobertas. Os arqueólogos acreditam que possa haver mais peças ainda escondidas no local do novo achado. Novos estudos deverão ser feitos para entender como as peças eram usadas pelas antigas civilizações da região.

Fonte: Oglobo.com




terça-feira, 24 de setembro de 2013

Arqueólogos acham restos de casa construída há 3.000 anos na Amazônia





Arqueólogos franceses e equatorianos descobriram na Amazônia do Equador os restos de uma casa construída há cerca de 3.000 anos, a mais antiga da região amazônica, segundo disse o arqueólogo Stéphen Rostain, diretor da pesquisa.
"Encontramos buracos de fornos e vestígios de cerâmica e pedras", disse Rostain ao explicar que o que acharam foram "as marcas da casa mais antiga da Amazônia no Equador", perto de Puyo, na província de Pastaza.
Rostain detalhou que encontraram o lugar há dois anos e abriram o campo em julho quando cavaram um metro de profundidade e aproximadamente 90 metros quadrados de diâmetro.
A descoberta "é totalmente nova, ninguém tem conhecimento dela", assegurou o especialista ao comentar que, quando fizeram as prospecções há dois anos, encontraram uma forma do que seria uma fornalha.
"As fornalhas construídas com pedras são geralmente muito antigas, de entre 1.800 a.C. e 500 a.C.. Tiramos algumas amostras que nos remeteram a uma data de 3.000 anos, e este ano encontramos todas as marcas de pilastras com as quais conseguimos reconstruir (em papel) a casa", disse.
Em uma gráfica, o especialista mostrou os pontos que disse corresponderem às marcas das pilastras. "Reconstituindo isso, temos uma casa em formato oval, parecida às casas atuais, mas a diferença é que essa tem 3.000 anos. É a casa mais antiga de toda a Amazônia (...), mais antiga inclusive que as conhecidas no Brasil", afirmou.
A "maior descoberta", disse, foi o fato de, quando a casa foi construída, terem usado o tronco de uma árvore como pilastra, colocando-o de cabeça para baixo, enterrado na camada freática: "Isso economiza o trabalho humano, não é necessário talhar o tronco e assim a árvore não cresce novamente", comentou.
As marcas achadas mostram que a casa foi construída no formato oval, com 17 metros de comprimento e 11 de largura. "A sua construção é um pouco parecida com a atual dos achuar e dos quichua", e a maior diferença é a fornalha feita de pedra, disse o diretor do projeto, que comentou que deram o nome de Pambay à cultura da zona pelo rio próximo.
Entre outras coisas, a organização do 3º Encontro Internacional de Arqueologia Amazônica, que é realizado nesta semana em Quito, não lhe permitiu avançar mais no estudo de dados vinculados com o achado: "Agora sabemos como mais ou menos era a casa dos moradores de há 3.000 anos".
"Ao sabermos as plantas que comiam vamos saber qual era a sua dieta; com a cerâmica, vamos conhecer sua arte, pelo tipo de lugar onde construíram a casa, conheceremos a relação que tinham com o meio ambiente", declarou.
O especialista francês, que começou com as escavações há mais de 15 anos no Equador, diz sentir-se "feliz" pela descoberta e garante que "tocar algo que não foi tocado durante três mil anos sempre é um prazer".
"Somos procuradores de tesouros, como se fossemos umas crianças", comentou entre risos quem sugeriu a criação de um museu na região onde foi feita a descoberta.
O especialista francês garantiu que ainda há muito por descobrir da Amazônia, onde há savanas, pântanos, montanhas e uma grande biodiversidade. "São 7 milhões de quilômetros quadrados, ou seja, o tamanho dos Estados Unidos ou da Europa", exemplificou.
"Na Europa digamos que há 30 idiomas e dez famílias linguísticas. Na Amazônia, no mesmo território, atualmente temos 200 idiomas e 80 famílias linguísticas", comentou, acrescentando que, por outro lado, existe essa diversidade pois os indígenas eram nômades.
Segundo ele, não se sabe muito da rede de caminhos que havia pela Amazônia e lamentou que esta ainda seja vista como um "mundo selvagem" onde agora a densidade da população é de 0,5 habitante por quilômetro quadrado, mas onde havia lugares "com 10, 15, 20 habitantes por quilômetro quadrado; até 100 no litoral das Guianas", disse.
"Estou falando de uma Amazônia muito povoada, todos interligados, mas com idiomas diferentes. Era como a rede da web, mas com seres humanos", disse Rostain, que lembra que, quando começou, há 35 anos, a trabalhar na Amazônia, havia "menos de 10" arqueólogos trabalhando nos sete milhões de quilômetros quadrados. Agora são centenas neste "continente verde", concluiu. 
Fonte: Uol Notícias

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Arqueólogos encontram vestígios com mais de 1.200 anos em MG


Pesquisadores descobriram, em Montes Claros (MG), vestígios de ancestrais que viveram na região há cerca de 1.200 anos. O trabalho dos arqueólogos no Parque Estadual da Lapa Grande já começa a ser analisado em universidades.
O parque tem 8 mil hectares reservados à natureza. Criado por um decreto em 2006, o espaço preserva a nascente do Rio Pai João e a vegetação de mata seca e cerrado. Porém, além da paisagem, o local também abriga um recanto de pesquisas com mais de 40 sítios arqueológicos.
Neles, os arqueólogos procuram, sob a terra, informações sobre objetos usados pelos habitantes antigos da região. Em uma das escavações, o arqueólogo Rodrigo Tobias Júnior encontrou uma espécie de lança de madeira. 
O trabalho dos pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais e da Universidade de São Paulo começou no final de 2006. Com as primeiras escavações feitas pelo grupo na Lapa Pintada, em 2008, foram encontrados vestígios de fogueiras e ossos de animais de 7.800 anos. Porém, a principal descoberta veio com o trabalho em 2009: amostras da vegetação de 1.200 anos atrás.
Lucas Bueno, professor responsável pela pesquisa, garante que os achados vegetais são difíceis de encontrar. Por isso, mesmo sendo menos antigos, despertam o interesse da comunidade científica. “Temos encontrado sementes de abóbora, pequi, feijão, milho, que remontam 2.000 anos atrás. Elas fazem parte das primeiras evidências dos alimentos cultivados”, diz.
O material recolhido na gruta é levado para um laboratório improvisado na sede do parque. Depois da lavagem, os sedimentos são separados pelo peso. Já seca, cada porção é peneirada e depois segue para análise nas universidades.
O foco do trabalho não é apenas científico. Para Bueno, aproximar a comunidade deste conhecimento é parte fundamental do processo. “Um dos objetivos principais é gerar conhecimento e transmitir isso para as pessoas, trazendo a comunidade para participar do nosso trabalho”.
Isso só será possível quando for definido o plano de manejo que vai abrir as portas do parque para a visitação pública. “Na verdade, é preciso definir quais serão as áreas próprias para uso público, o que pode ser feito na pesquisa e de que maneira pode ser feito. Isso vai definir o uso público do espaço”, diz Antônio César da Cruz, gerente de núcleo do Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais.

Fonte:globo.com

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Estudo Questiona Inteligência Inferior do Neandertal

REINALDO JOSÉ LOPES

Quais foram os genes responsáveis por moldar a inteligência privilegiada do homem moderno, permitindo que ele vencesse a disputa evolutiva com "primos" mais arcaicos, como os neandertais? A resposta, dizem cientistas brasileiros, talvez seja "poucos" ou "nenhum".
Numa série de trabalhos apresentados nesta semana no Congresso Brasileiro de Genética, em Águas de Lindoia (SP), uma equipe da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) mapeou dezenas de genes que podem ser importantes para as capacidades mentais.



Compararam, então, a "receita" bioquímica presente nas versões humanas dos genes com as do genoma dos neandertais e denisovanos (misteriosos humanos arcaicos que viveram na Sibéria).
Resultado: as diferenças são nulas ou muito sutis, resume Maria Cátira Bortolini, geneticista da UFRGS e uma das coordenadoras do grupo.
"Elas não seriam suficientes para explicar grandes diferenças entre as espécies, de modo que elas seriam virtualmente iguais a nós em quase tudo, incluindo as habilidades cognitivas. Enfim, é algo controverso e contrário à visão de que a diferença cognitiva teria sido a causa de sua extinção", diz Maria Cátira.
O estudo, cuja primeira autora é Vanessa Paixão-Côrtes, está na revista "American Journal of Human Biology".
O trabalho da equipe gaúcha foi facilitado pela publicação, nos últimos anos, da sequência completa do genoma dos neandertais e dos hominídeos de Denisova.
Os pesquisadores se concentraram em 162 genes possivelmente associados ao desenvolvimento cognitivo ou cerebral.
Eles compararam as versões desses genes presentes nos três hominídeos com as equivalentes em chimpanzés --a ideia era ter uma base para saber qual seria a "condição ancestral" desses genes, levando em conta que, do ponto de vista cognitivo, os chimpanzés estariam mais próximos do ancestral comum dos hominídeos.
A comparação mostrou que quase todas as alterações em relação a esse padrão ancestral estão presentes tanto entre nós quanto entre nossos parentes extintos. As características em questão envolvem genes que guiariam a formação de conexões entre neurônios e outros ligados à destreza manual.

AMBIENTE E CULTURA
Por que, então, o Homo sapiens prevaleceu? Por um lado, a resposta é que ao menos alguns hominídeos arcaicos se uniram aos humanos modernos, e essa mestiçagem deixou marcas nos genomas das pessoas de hoje.
Por outro lado, diz Cátira, fatores ambientais e culturais podem ter sido mais importantes. Ela lembra que, em muitos lugares, populações de humanos modernos continuaram usando ferramentas de pedra simples por milênios, por estarem isoladas e sem estímulo ambiental que favorecesse a inovação.
Alguns arqueólogos estimam que a densidade populacional dos neandertais era baixa, o que favoreceria esse isolamento --e poderia ter deixado esse povo mais vulnerável às variações ambientais do fim da Era do Gelo.
Para a pesquisadora da UFRGS, se eles tivessem conseguido escapar desse "gargalo" e chegado ao período de clima mais estável dos últimos 10 mil anos, poderiam até ter adotado a agricultura e desenvolvido civilizações.

Fonte: Folha de São Paulo

segunda-feira, 17 de junho de 2013

NOVO LABORATÓRIO DE ARQUEOLOGIA NA AMAZÔNIA

UFOPA inaugura novas instalações do 
Laboratório de Arqueologia Curt Nimuendajú

As arqueólogas, Dra. Lilian Rebelatto, Dra. Denise Schaan e o 
reitor da UFOPA, Dr. José de Seixas Lourenço no ato de inauguração do Laboratório

A Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) ganhou no dia 30 de maio um novo espaço destinado a pesquisas arqueológicas. As novas instalações do Laboratório Curt Nimuendajú, localizado às margens do rio no Campus Tapajós, representam o esforço para dotar pesquisadores e alunos do curso de Arqueologia, do Instituto de Ciências da Sociedade (ICS-UFOPA) de condições de trabalho de análise e salvaguarda de todo material arqueológico oriundo de escavações na região. Na ocasião, foi apresentada uma exposição temporária de material arqueológico lítico e cerâmico, provenientes de escavações realizadas na região do baixo Tapajós. Também foi inaugurada a exposição “Azulejos dos Tapajó”, com telas da artista plástica Luciana Leal Cavalcante inspiradas nas decorações da cerâmica arqueológica de Santarém.

A cerimônia teve a participação do reitor José Seixas Lourenço, de secretários municipais de Santarém, da superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) no Pará, Dorotéa Lima, da coordenadora do Programa de Pós-graduação em Antropologia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Denise Schaan, pró-reitores e diretores da UFOPA, professores e pesquisadores da Universidade e de outras instituições.

A comunidade acadêmica, autoridades locais e pesquisadores 
de outras instituições prestigiaram o evento 

Para a coordenadora do Laboratório Curt Nimuendajú, Profa. Dra. Lílian Rebellato, o laboratório representa “um avanço significativo na melhoria da infraestrutura, no desenvolvimento de pesquisas dos estudantes de iniciação científica e de trabalhos voluntários e um espaço para pesquisa, discussão e troca de ideias científicas”.  A pesquisadora lembra que o laboratório não irá beneficiar apenas estudantes do curso de Arqueologia: “É importante lembrar que a arqueologia é interdisciplinar, que dialoga com várias outras ciências. Os alunos de outros institutos que queiram desenvolver trabalhos interligados vão encontrar as portas abertas aqui, com orientação, coorientação ou simplesmente como colaboradores”, disse.

A coordenadora do novo Laboratório, Dra. Lilian Rebelatto e o 
diretor do Instituto de Ciências da Sociedade, Dr. Jarsen Guimarães,
 diante dos painéis da exposição "Azulejos dos Tapajó", 
da artista plástica Luciana Leal



Sobre Curt Nimuendajú – O nome do laboratório é uma homenagem ao etnólogo alemão Curt Unkel, que chegou ao Brasil em 1903 e atuou como indigenista, recebendo o nome Nimuendaju da tribo Ñandeva-Guarani. Foi o primeiro pesquisador a identificar sítios de terra preta na região de Santarém.